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Estátua de bronze furtada em Belém era objeto de estudo em pesquisa na UFPA


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A estátua de bronze, de cerca de 2,5 metros, furtada na quinta-feira (8) na praça Floriano Peixoto, bairro de São Brás, em Belém, era um dos objetos de estudo da museóloga Tayná Castro. A peça fazia parte do monumento inaugurado no século XX em homenagem a Lauro Sodré, que tinha originalmente três figuras. Em 2012, uma das estátuas foi retirada ao ser danificada e em 2016, parte do monumento sumiu.

Para a pesquisadora, o desaparecimento das obras públicas nas praças da cidade e a falta de valorização prejudicam a preservação histórica e cultural. “Meu medo é de todas elas (peças) sumirem até eu terminar a dissertação”, disse. No último mês de agosto, uma estátua também foi roubada na praça do Escoteiro, no bairro da Campina.

Estátua na praça do Escoteiro, em Belém — Foto: Reprodução/TV Liberal

Estátua na praça do Escoteiro, em Belém — Foto: Reprodução/TV Liberal

A museóloga contou que faz um levantamento de monumentos em praças de Belém, na tentativa de resgatar o valor histórico e registrar análises científicas que possam ser úteis em um possível processo de restauração, cujo título provisório é “Esculturas metálicas da cidade de Belém: documentação, patologias e conservação”. O foco, segundo ela, seria as peças constituídas de bronze, assim como a furtada na praça Floriano Peixoto.

A pesquisa é feita dentro do programa de pós-graduação em arquitetura e urbanismo na Universidade Federal do Pará (UFPA), dentro do Laboratório de Conservação, Restauração e Reabilitação (Lacore). “Um dos processos na minha pesquisa é a análise do material da peça, o que não será mais possível depois do furto”, disse Castro.

“Segundo ela, foram catalogadas quinze estátuas nos bairros da Cidade Velha, Campina, Batista Campos, São Brás e Marco. “nfelizmente, as peças vão sumindo aos poucos, mesmo sendo patrimônios importantes. Quem pesquisa isso vai ficando sem dados. A cidade é para todos nós, sabe”, explicou.

De acordo com a Polícia Civil, o furto da estátua na praça Floriano Peixoto é investigado pela Seccional de São Brás, que esteve no local no dia do registro da ocorrência, mas até então não há informações sobre quem cometeu o crime. Ainda segundo a Polícia, imagens de câmeras do Centro Integrado de Operações (Ciop) devem ser analisadas para saber se algo foi registrado para tentar identificar o autor ou os autores.

Mercado de São Brás é alvo de depredação e insegurança — Foto: Reprodução/TV Liberal

Mercado de São Brás é alvo de depredação e insegurança — Foto: Reprodução/TV Liberal

Em 2016, parte do monumento também desapareceu. A pessoa que registrou a ocorrência nas duas vezes foi a diretora da Associação de Feirantes de Belém (Asfembel), Rosana Batista, que trabalha há trinta anos em uma feira próximo ao Mercado de São Brás. “Até hoje não sabemos porque levaram, quem levou e quem está furtando as estatuetas de lá”, disse.

A feirante disse também que a ausência da Guarda Municipal de Belém nas praças aumenta a sensação de insegurança, o que as deixam cada vez mais abandonadas tanto pela população quanto pelo poder público. “Se houvesse por 24 horas, isso não teria acontecido”, afirmou.

Mercado de São Brás, em Belém, prédio que completou 107 anos, é um de locais de referência cultural na cidade que está tomado pelas pichações. — Foto: Victor Furtado/O Liberal

Mercado de São Brás, em Belém, prédio que completou 107 anos, é um de locais de referência cultural na cidade que está tomado pelas pichações. — Foto: Victor Furtado/O Liberal

“A gente não vê quase a guarda, eles dizem que fazem ronda, mas não fazem. Aí os problemas só pioram, com as pixações, furto de luminárias até ter chegado nas estátuas, que perdemos praticamente todas as três. Isso não era assim”, explicou, Rosana que também é da comissão de feirantes da Associação de Feirantes do Complexo de São Brás.

Em nota, a Prefeitura de Belém disse que irá acompanhar as investigações da Polícia para a prisão dos responsáveis e informou que a Guarda Municipal de Belém realiza rondas para coibir depredação do patrimônio público.

A Prefeitura disse ainda que denúncias sobre depredação podem ser feitas pelo 153. A depredação do patrimônio público é crime e pode causar pena de detenção por até 6 meses.

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